Estresse

Hoje me peguei brigando com o aspirador de pó e ontem com os potes do armário da cozinha. É uma dor de cabeça aqui, várias mudanças de humor ali, ganho ou perda de peso lá e vários outros fatores, que muitas vezes culpamos “o trabalho” ou qualquer outra tarefa. A alguns meses atrás eu introduzi a meditação na minha rotina diária e pude perceber o quanto que melhorou as diversas dores e sofrimentos que eu tinha. Mas por preguiça e várias desculpas eu parei.

Então, nesse limbo de repetição dia e noite não percebemos sintomas estacionadas abaixo da nossa pele e simplesmente nos acomodamos em cima deles e eles vão se somando até a xícara transbordar. Vejo que eu sou muito piloto automático, porque tenho uma rotina, mas eu odeio ter uma rotina e odeio ainda não ter uma rotina! Assim, nos estacionamos nessa rotina e não olhamos para dentro de nós. Nos consumimos com compras, com comida, com jogos, com trabalho, a fim de, muitas vezes, suprirmos outros buracos que necessitam estarem preenchidos.

Percebo o quanto estou estressada e o quanto reclamo por isso. Mas por que eu deixo isso acontecer? Porque reclamamos de coisas que nós mesmos ocasionamos, repetimos e deixamos acontecer? Hoje, eu introduzi a meditação novamente na minha rotina. Aos poucos podemos interpretar nossos problemas e introduzir maneiras de amenizá-los. E você… o que tem te preocupado e incomodado ultimamente?

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Mais eu

Me descobri dentro dos poemas quando tinha sentimentos raivosos, quando ficava estressada e quando queria fugir de tudo. Os poemas para mim são como barcos que navegam sem a roda do leme, mas em uma tormenta de ventos. Quando adentrei na universidade tive a oportunidade de fazer um projeto que envolvia poemas e arte corporal. Eu viaja no prédio da música e era um dos poucos momentos que eu poderia me sentir eu mesma. Então, aqui é um pequeno espaço que criei para tentar ganhar e gerar conforto. Quero poder compartilhar a minha subjetividade e receber várias delas de outros lugares também! Sintam-se acolhido(a)(e)s. Por Caroline.

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Acolher meus delírios em meio a tantas loucuras

Se tornou a princesinha de defesa dos meus meios de fuga.

Minha pequena psicose observa processos internos do meu ser

E habita a céu aberto o meu inconsciente.

Aliena-me à uma linguagem metafórica,

E transforma o meu sujeito, no meu mundo, em um espaço irreal

E suplente do outro.

Anseia ela, as personalidades que habitam corpos distintos e intensos.

Criaturas arcaicas de um eu.

Era para ser um poema

Pensava ele, que acordar em meio a multidões era tenebroso.

Mas não sabia ele, que acordar em torno de suas próprias

Desilusões era árido e desesperador.

Pensava ele, que era feliz brincando e cedendo

Sua mão à um estranho que habitava um dos seus estados

Mal sabia ele, que tudo estava voltado à um abismo inconsciente

E que a única vontade rodeava sorrisos e distorções visuais

Em uma condição psicodélica; deteriorando conscientemente,

Como uma gota de adoçante em sua forma mais efêmera e estupenda.

O não real no real

Me deito sobre um assoalho gelado

Sinto as narinas fumegando o ar

Elas se aveludam em meus cabelos

Elas se sentem tão sozinhas

Um lírio azul me contou

Que seu ninho era bagunçado

E da bagunça ele adoeceu

Será que ele sou eu?

Nas minhas mãos eu sinto

O seco que saiu daqui de dentro

Ele encheu que transbordou

Ele virou doença

Olhe para seu self

Ele diz

Eu não te pertenço mais

Eu vim para te sangrar

Faltam-me asas e dentes

Faltam-me eu mesma.

Íris

Minhas mãos pelos seus cabelos molhados percorrem
São tão compridos que consigo me aveludar entre eles
Então, as cortinas da janela se abrem e diante de mim
Uma figura alta estende uma palma segurando um brinquedinho

Hoje, o obscuro tomou o lugar da minha mente
Soltou gritos dentro de mim que ecoaram ouvidos a fora
Mas é o brinquedo que não se esvai
Ele é forte e persistente

Folhas de outono conseguem cobri-lo
Mas eu o vejo, ele está ali
Por que você não o enxerga?
O que eu posso fazer para te ajudar?

A repetição permeia meus pensamentos
Eu grito pelas mesmas palavras, mas a força se perde
Meu corpo se estende ao chão perdido

Íris

As palavras bonitas que não saem da sua boca
Nem sequer penetram seus pensamentos
Não saem das condições de oxigênio do meu ser
Elas me movimentam por sei lá qual razão
Tonificam, furam e dilaceram as minhas partes mais íntimas
Numa tonalidade tão intensa que eu me aprisionei
Tão fortemente a essa horda de esperanças
Que a cada pesar dos meus pés
Querem com toda força serem ditas

Dos instantes inconstantes eu sobrevivo
Perfurando cada sintoma bom
Porque é isso que aprendemos

Você sempre tem o suficiente

Rarefeito… O ar que se aquece nas suas narinas e te falta num momento de intensidade. O desejo de explodir de diversas formas metamórficas daquele lado se fecham e se comprimem em expressões fingidas de baixo de um pesar de nuvens. O buscar adrenalina aumenta a cada raro toque no corpo. Assim, perde-se numa negatividade que só sabe sentir e se arrepender. Viajando e olhando para os olhos pergunta-se o que está fazendo e porque o cujo não acontece. As paredes brancas amarelam toda a expressão do rosto aclamado por uma pequena claridade advinda de alguma direção daquele cubículo.

O pulsar daquele pescoço atiça uma boca. Sente o inchaço dela. Mas ao longo do tempo morre, da mesma forma que a energia daquela coberta. O ciclo ocorrerá novamente e novamente, estupidamente porque uma das partes não quer arriscar. É como em alto mar, sem o alto e somente ondas fracas e lentas num espaço e momento que deveria ser diferente.  Um punhado de insegurança se acomoda no seu corpo e o fazem imaginar coisas que o consomem aos poucos como um leite condensado cobrindo o achocolatado num café.

Se o seu questionamento for “o que está acontecendo?”, não questione a essa pessoa, pois ela busca um interior de volta a longos anos sob um dubstep qualquer.

Rg

Deito-me sobre um lençol qualquer
Como cafeteiras produzem seu licor
Em meio a tanto movimento
Em meio a tanto desgasto

O cheiro de amaciante floral
O espaço todo amarrotado
A cama que faz barulho
E a janela que não se tranca mais

A porta em que a maçaneta não existe mais
O cheiro de café recém passado na cozinha
O barulho do banheiro colado no meu ouvido
E o dom que me deram de poder ouvi-los

O som que escapa da minha boca
E o estrago deixado no meio do conforto
O entender com desconfiança
E o não sentimento de pertencimento

Eu espero o caos
E parece que ele já me tem nas mãos

Suposed

Sinto o temor vindo em minha direção
Pelas centenas de olhos que o rodeiam
Olhos que parecidos com os meus
Me imagino o capturando
É como se turbilhões de aves voassem sobre minha cabeça
E diante de emoções estranhas
Eu vejo o meu ser querendo abitar mais o seu
Mas ninguém precisa se importar agora

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